quinta-feira, 19 de março de 2009




Uma reportagem muito interessante sobre o trabalho dos soldado brasileiros no Haiti, mediada por Celso Athayde.




“Os militares do Brasil são referência para essas pessoas, tanto no tratamento quanto no resultado. Amigos, assim como no Brasil, ninguém quer ser escravizado pelo crime organizado, facções criminosas, ninguém quer ter seus direitos podados por marginais.
A Força de Paz está aqui a pedido da ONU, para restabelecer a paz no país, e está conseguindo. Eu vi em todos os lugares que passei as pessoas, as crianças, as famílias mandando beijos para os militares. As únicas referências que eles têm do Brasil são os militares e os jogadores de futebol, e são apaixonados pelo nosso país.
Eu tinha resistência em relação à presença do Brasil porque sempre que me vem à cabeça os seus coturnos e fuzis, me vem a lembrança da ditadura brasileira, isso acaba ficando no nosso imaginário. Eu preferia que o exército não estivesse aqui, que nenhum país estivesse aqui, mas realmente não prefiro que o mundo na ‘pessoa’ da ONU ignore a desgraça e a miséria a que esses humanos estão submetidos.
Certamente muitas pessoas não devem gostar desta presença, sobretudo as gangues que ainda não foram dizimadas e as pessoas que se beneficiavam delas. Essas gangues não só vendiam drogas, mas exploravam as pessoas com pedágios, taxas e servidões, exatamente como acontece com as milícias no Brasil (não é só no Rio de Janeiro).
Respondendo objetivamente: As pessoas são apaixonadas pelo Brasil, e são muito agradecidas pela presença das tropas brasileiras em seu país. Mas, insisto, todos querem que os militares voltem para seus países o mais breve possível, e eu também.”


Celso Athayde - Um dos criadores da Cufa, Central Única das Favelas.



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